terça-feira, 14 de março de 2017

Respeite Seu Tempo Ou Porque A Procrastinação Pode Ser A Nossa Aliada


Às vezes, a gente se sente tão empurrado pela massa de discursos motivacionais que nem para para pensar na possibilidade do nosso próprio cérebro ser um aliado na hora de decidir o que é melhor para a gente.

É tanta gente apontando na nossa cara e dizendo que nós precisamos ser produtivos, inquietos, que não podemos parar, que deixamos passar batido um tempo que é valioso e que pode nos dar tantos sinais. Esses dedos motivacionais podem partir de nós mesmos, inclusive. Quantas vezes eu não me peguei acreditando na máxima de que o mundo não espera e, por isso, eu tenho que insistir lutando, que eu devo sair da minha zona de conforto para alcançar a felicidade?

Mas, o som da pressão é tão alto que pode nos dar a impressão de que qualquer procrastinação é perda de tempo. A culpa de procrastinar é grande e aí o Netflix, o Facebook, o Instagram viram vilões, viram aqueles que nos impedem de alcançar o sucesso.

Mas, proponho um exercício: pare para pensar no que você está procrastinando. Isso que você está deixando para depois é algo que REALMENTE quer fazer? Escute o seu instinto e se pergunte se, talvez, a procrastinação não é, na verdade, uma estratégia criada pelo seu cérebro para te dizer que aquele não é o melhor caminho para você.

É claro que, às vezes, a gente procrastina afazeres apenas porque eles são chatos mesmo (alô cartão de crédito da Caixa que eu não fui pegar até hoje), mas, às vezes, a gente pode empurrar com a barriga algumas obrigações simplesmente porque aquilo não nos completa ou nos leva para um caminho que não nos é aprazível.

A inscrição num concurso que seus pais desejam tanto que você faça, o envio de um currículo para uma vaga de emprego, uma mensagem que você precisa mandar para resolver uma briga... tudo isso fica para depois. Mas, por que fica para depois?

Essa semana, o psicólogo Fred Mattos postou que quando não respeitamos esse nosso medo de seguir, geramos uma culpa e uma sensação de incompetência muito grande. Concordo muito com isso. Como você se sente depois de substituir a lista de afazeres por uma maratona de vídeos inúteis no youtube?

É preciso escutar a nós mesmos, ouvir os nossos medos e entender o porquê que, às vezes, a gente simplesmente não quer seguir. Acredito que os discursos motivacionais têm o seu lugar e podem inspirar muita gente, mas acredito também que, mais importante que adotá-los como mantra, é tentar conhecer aquilo que nos paralisa. Compartilhe seus medos, recuse seguir, se assim for preciso. Cada um tem uma noção de sucesso e a sua pode ser diferente da do outro (e está tudo bem com isso).