
Eu passei uma vida inteira ouvindo a opinião dos outros sobre o meu corpo. Alguns diziam que eu deveria emagrecer por causa da saúde, outros tantos diziam que se eu emagrecesse iria perder a minha fofura. O resultado disso? Eu me importei excessivamente com o que as outras pessoas iriam achar sobre mim e me tornei um cara bastante inseguro com o meu físico. Afinal, eu não atendia ao gosto de ninguém hora nenhuma.
Esse tipo de comportamento gera um ciclo. Se alguém tem liberdade para me dizer o que acha ou deixa de achar sobre o meu corpo, eu imagino que também tenho esse direito e posso fazer isso com outra pessoa. Essa outra pessoa, portanto, pode vir a se sentir insegura e repetir o comportamento. No fim, somos um bando de gente pouco confiante e muito opinativo.
Com a internet isso se intensificou e virou um hábito socialmente aceito abrir o Instagram na foto de alguém e começar a opinar. "Fulana é musculosa demais", "Fulano é seco, coitado", "Fulana podia ter colocado uns filtros para diminuir essa papada". Eu já fiz isso, você já deve ter feito isso.

É aquela coisa de que quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo.
Para interromper este ciclo, o melhor caminho é simplesmente não opinar sobre aquilo que não lhe diz respeito. O corpo alheio não é o seu objeto de tese. Quando começamos a olhar para os outros e para nós mesmos com mais bondade, criamos um espaço de convivência melhor, onde as características físicas do outro pouco importam.
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